sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lapa - Rio de Janeiro


Turismo, história e cultura

A Lapa não é só boemia – também é um bairro antigo, com muita história. É um bairro para se passear a pé, de dia, olhando a arquitetura, os casarões, absorvendo a atmosfera do Rio Antigo. 
   




Os Arcos da Lapa


O Aqueduto da Carioca, cuja construção foi concluída em 1723,  foi a mais importante obra de engenharia do período colonial do Brasil. Popularmente conhecido como Arcos da Lapa, é composto de 42 arcos romanos, que fazem a ligação do morro do Desterro (hoje o bairro de Santa Teresa) ao morro de Santo Antônio.

Maior símbolo da cidade durante dois séculos, o aqueduto transportava a água do rio Carioca para o centro da cidade, uma aspiração antiga dos habitantes da cidade, que então enfrentava dificuldades no abastecimento de água.

Em 1896, o aqueduto já estava obsoleto; e foi convertido para servir de suporte para os trilhos do novo sistema de bondes que então surgia – e que faz a ligação entre o Centro e Santa Teresa até hoje. Esse é o único trajeto de bonde que ainda sobrevive na cidade.


A Reforma

Os Arcos foram reformados em 2010, de forma abrangente. A reforma veio junto com uma série de iniciativas para recuperar, preservar, revitalizar e dar ordem ao bairro da Lapa.


Os Arcos hoje 


Todos os dias, há turistas visitando os Arcos, e caminhando um pouco mais – para conhecer a famosa Escadaria Selarón, que fica próxima. Um dos roteiros mais populares é a subida de bondinho para Santa Teresa, atravessando a Lapa por cima dos Arcos. É uma experiência inesquecível.

Nos fins de semana, a Lapa é o ponto de encontro de todas as tribos, que se reúnem sob os Arcos e em bares próximos – na maioria instalados em belos casarões antigos –, para tomar um chope, ouvir música, dançar e se divertir.


O Circo Voador e a Fundição Progresso, situados em frente aos Arcos, costumam atrair multidões para o bairro da Lapa, com eventos de porte e muitas oficinas de artes e criatividade.

O Largo da Lapa muitas vezes é palco de eventos: os shows em frente aos Arcos costumam ser inesquecíveis e atrair multidões. Muitos grandes artistas brasileiros já se apresentaram ali, como Chico Buarque, Lenine e muitos outros.



Jorge Selarón

O artista plástico Jorge Selarón nasceu no Chile, em 1947, e passou por mais de 50 países antes de chegar ao Brasil, em 1983. Selarón foi tão bem acolhido pelo povo brasileiro que, como agradecimento, decidiu deixar uma homenagem ao país.
Em 1990, já era um dos personagens mais conhecidos da Lapa, famoso por suas obras de mulheres negras grávidas. Nesse mesmo ano, começou seu trabalho na escadaria que conduz ao Convento de Santa Teresa, e que começa ao lado de sua casa, na Rua Teotônio Regadas.


A escadaria

A escada – de 215 degraus e 125 metros –, que liga a Lapa ao bairro de Santa Teresa, ganhou as cores da bandeira brasileira devido à Copa do Mundo de 1994. Com mais de 2 mil azulejos, provenientes de 82 países, o artista decorou a escada, criando também um jardim, feito com banheiras antigas.
Selarón só interrompia seu trabalho quando faltavam recursos para comprar material. Nessas ocasiões, pintava quadros – para ganhar dinheiro e poder voltar à sua obra. Ele precisou vender 25 mil telas para continuar seu trabalho na escadaria.
Selarón, que aprecia muito a cor vermelha (não só nos mosaicos mas também em sua roupa, sandálias e até na inseparável bicicleta), assume que seu grande sonho é manter a sua obra.
O local virou ponto turístico, e a escadaria passou a ser conhecida como Escadaria Selarón. Foi cenário de clipes, comerciais e reportagens para revistas e jornais no mundo inteiro. "Nunca esquecerei o dia em que uma modelo norte-americana posou nua em minha obra-prima", disse o artista.
Responsável também por obras nos arcos da Lapa, como por exemplo a que diz “só acabarei este sonho louco e inédito no último dia da minha vida”, Selarón levou dois cineastas brasileiros a produzir um documentário sobre seu trabalho.

Recentemente, a prefeitura decretou o tombamento da Escadaria – que com isso passou a ser considerada um bem cultural a ser preservado – e deu a Selarón o título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro.





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